domingo, 31 de janeiro de 2010

Everybody want to be Kenneth Howard


A história de Kenneth Howard é sensacional. Um dos gênios da arte moderna americana, que – como em toda boa história – virou lenda depois de ter morrido.
O pai de Kennie, chamava-se Wally Howard e era um desenhista conhecido na área sul de Los Angeles. Ele ganhava a vida como pintor de sinais e ensinou ao filho algumas de suas técnicas. Aos 10 anos, o garoto já fazia um troco com seus desenhos e pinturas.
Um dos seus passatempos prediletos – que o tornou notável mais tarde – era fazer “Pinstriping”, que é uma técnica de pintar frisos e detalhes em carros e motos....
No final dos anos 40, o “pinstrip” era algo visto como ultrapassado e decadente quando um adolescente de 15 anos foi trabalhar como mecânico auxiliar na George Beerup Motorcycles. O último “striping” em automóveis havia sido feito pela General Motors em 1938 e já era completamente fora de moda.
Um belo dia, ele levou a moto de um amigo para a oficina, com a intenção de dar uma “recuperada” nela. O trabalho foi tão absurdo que quando o Sr. Beerup viu o resultado, trocou a função de Kenneth para a pintura. Isso deixou o garoto meio chateado, porque ele queria era ser reconhecido como mecânico de motos e luthier de armas de fogo.
Mesmo resmungando pelos cantos, ele foi criando enorme fama como “pinstriper” em diversas lojas de motocicletas que trabalhou nos anos seguintes. No final da década de 50, depois de ter feito milhares de pinturas em motos, ele decidiu encerrar as atividades de “pinstriper” e criou o seu nome artístico, influenciado pelo movimento beatnick que tomava conta dos Estados Unidos: VON DUTCH.
Apesar de genial e cobiçado pelos “hot rodders”, Von Dutch nunca fez muito dinheiro com o “pinstriping”. Ele tinha uma relação esquisita com o dinheiro, porque achava que o que era necessário para ele ser feliz era apenas um par de calças (sempre rasgadas nos joelhos), um pequeno estoque de camisetas, um par de botas e as suas ferramentas.
Frequentemente Von Dutch aumentava seu preço a níveis exorbitantes, para frear a demanda. Mas isso não dava muito certo – porque brotavam interessados em seu trabalho. E por várias vezes Von Dutch “esculachou” os playboys metidos a James Dean, que apareciam em sua oficina querendo customizar as suas máquinas.
Tem uma história de um cara que tinha um Ford 34, e pediu um trabalho meticuloso de Von Dutch. Por mais de uma semana Dutch concentrou-se naquele trabalho. Estava tudo indo muito bem, quando ele cismou em desenhar uma inocente “joaninha” em uma das colunas do carro – só de provocação. Quando o dono viu o resultado, pediu apenas para retirar aquele desenho. O sangue quente de Von Dutch o fez remover o desenho na base das marteladas – destruindo completamente o carro na frente de seu dono, que assistiu atônito ao espetáculo de fúria do artista.
Na verdade, Von Dutch não gostava muito de pessoas. Era um cara de poucos amigos e racista (ele realmente não gostava de negros). Por toda a sua vida Dutch foi uma pessoa isolada, marginal à sociedade, o típico arquétipo do “bronco” red neck americano – que adorava bebida e confusão.
No começo dos anos 60, depois de dirigir bêbado ecausar um acidente envolvendo a sua mulher (que estava grávida e perdeu o bebê), Von Dutch morou em diversos lugares no Arizona com a mulher e suas duas filhas. Ele fugiu do processo pelo acidente e queria uma vida normal, dedicando-se à sua arte e aos passatempos de criar facas, revólveres, pinturas sob encomenda, etc.
A reclusão durou até os anos setenta quando ele voltou para Orange County, Califórnia e assumiu o posto de construtor e curador do Collectibles da família Bruckers. Como parte do acordo com a família Bruckers ele tinha uma casa para viver e trabalhava somente das 09:00 às 17:00.
Algum tempo depois Von Dutch foi para Santa Paula (CA) junto com a coleção de Brucker e viveu seus últimos os anos morando em num ônibus todo bagunçado, completamente avesso a badalações e “hype” em cima do seu nome.
Kenneth Howard morreu em setembro de 1992, com 62 anos – cerca de 10 anos antes de seu nome estar presente em bonés de metade da população mundial
BREAKNECKS KEEPING THE HISTORY ALIVE
BUILT TOUGH TO LAST

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